quarta-feira, novembro 22, 2006

La Tequilada, 1/4

Finalmente, o texto, a lenda. Não fiquem bravos pela demora, toda obra de arte demora para ser criada. Mas quem sabe não vale um Pulitzer?
Afinal é uma visão séria e preocupada desse farnel irresponsável e inconseqüente que foi a Tequilada. Bom, pra começar que a patota que estava comigo e com a Fernanda (minha namorada, pros que ainda não sabem ou não acreditam) fugiu de nós na estação Paraíso do metrô, deixando-nos sozinhos. E o pior é que eu nem pedi pra eles dessa vez. Isso porque eles queriam ir para a escada normal e eu optei pela rolante porque a Fernanda estava de salto, e creio que seja desconfortável para ela subir as escadas normais. Mas todos aqueles homens machistas e insensíveis saíram correndo.

Cheguei sozinho com ela (quase o nome de uma música), e após encontrar conhecidos na porta, entre eles um policial que em breve será introduzido na história, adentrei no recinto onde o pecado reinava. Após uma breve análise, fui pegar uma cerveja. Depois outra e mais outra. Multiplique-se isso por dois, já que pegava pra mim e pra Fê, e o resultado é um puta malabarismo pra atravessar aquele mar de gente. Claro que derrubei uns 3 litros de cevada no total, mas paciência. Me vinguei pela Pororoca.

Nisso a festa se resumiu a eu ir de um lado para outro com a Fê, às vezes com as amigas dela e infelizmente, com o Daniel também. Até que em certo momento, às 2 da manhã, precisamente, começou a animação. Primeiro, um cara desesperado tentando procurar a enfermaria (sala dos horrores) porque a amiga dele estava muito mal. Depois, uma pseudo-briga no salão próximo às bebidas que entristeceu meu amigo PM. Quando contei a ele o ocorrido, eis que o rapaz me fala: "E eu perdi? Porra. Me avisa quando houver outra." Antes que eu o indagasse, ele já se adiantou e disse: "Não se preocupe, estou desarmado".

Após esse quase genocídio, fui ao banheiro. Pela terceira vez. Logo na porta, vejo uma garota rolando na pequena rampa molhada (porém não intransponível) que dava acesso aos banheiros. Após breve gargalhada, vou ao mictório, já que as privadas estavam todas dominadas pelo público feminino. Dentro do banheiro que restou, havia um mictório gigante cheio de copos de cerveja dentro (bom, era um líquido amarelo) e uma parede do lado oposto. Mas é claro que naquela altura do campeonato, a parede também é mijódromo. Saindo para lavar a mão (sim, alguns homens ainda fazem isso!), vejo uma cena escatológica. A área das pias era unissex, com diversos espelhos, torneiras e cubas de porcelana (nossa, que surpresa). Bem, uma pessoa que devia ter comido uma azeitona estragada havia deixado a sua janta em uma das pias, que estava cheia de fluidos estomacais quase até a boca.

Pois bem, um rapaz ligeiramente alterado chega para lavar a mão e vai direto para aquela pia. E mergulha a mão na sopa (tinha até pedaços semi-digeridos de carne), imaginando que fosse um sabonete, ou algo assim. Imaginem a cena. ------------ continuem imaginando---------------- Pois é, quase vomitei também.

Depois disso, desço eu e a Fê, e chegando próximo à enfermaria, o Daniel me vira e fala:
"Olha lá dentro. Vê se você acha alguém conhecido". Olhei e vi uma cabeleira rala e loira apoiada na parede. Nada surpreendente, admito, mas um sentimento de preocupação e aflição varreu meu coração. Por três segundos. Depois, ficamos eu, Camilo e Daniel decidindo quem levaria o rapaz (Pseudônimo: Rafael) para casa, mas a decisão ficou sob júdice, já que ele melhorou no final da festa.

E era final mesmo, com o salão do subsolo quase vazio, excetuando-se pelo Queiroz que estava meio sujo (literalmente). Nisso fomos embora do lugar que se incendiou com a festa (ahn ahn). Aliás, o Shrek fez falta lá. Imaginem ele batendo no teto com o punho e cantando: Vamo pegar fogo, ô ô ô ôooooo.Ok, foi algo que eu pensei e, na hora, foi engraçado. Cri ...cri É, não foi, mas tudo bem.Lá fora fomos esperar o Bruno e seu amigo embriagado melhorar, e após uns 30 minutos com ele aloprando o pobre coitado, fomos em direção ao metrô Anhangabaú. Mas para isso tinha que atravessar a 9 de julho, e como somos viris e corajosos (na verdade, preguiçosos), optamos por atravessá-la por baixo, ignorando a passarela. E fomos fazer isso na frente da entrada do Terminal de ônibus Bandeira.

Agora, vamos visualizar: A avenida 9 de julho é uma avenida de fluxo rápido (com canteiro central), e nas margens também. Então estávamos todos parados na beira desse canteiro lateral, que tinha um metro e meio de altura, eu acho. Paramos para aguardar um ônibus que ia entrar no supracitado terminal. Nisso o amigo ligeiramente alterado do Bruno vem correndo, pula e mergulha para o asfalto. Caindo de pé nele, corre descontrolado mais alguns metros para frente, cai e ainda se arrasta no asfalto, se contorcendo, como se quisesse continuar, mesmo ferido. Detalhe: ele fez isso em frente a um ônibus bi-articulado, aqueles veículos pequenos, com só 22 metros de comprimento (O que tem duas sanfonas, sabe?).

O motorista, com cara de desprezo e pena, aguarda nós socorrermos o rapaz e o colocarmos no canteiro central. Em seguida vinha mais um ônibus na mão oposta, então a Fernanda subiu rápido para o canteiro central. Nesse momento a janela aberta da guarita de um segurança que ficava no meio do canteiro bateu na cabeça da Fernanda, que caiu sentada na grama. Bem, para ser sincero: eu fiquei com pena, pois era a Fê e ela tinha se machucado. “E se fosse o Daniel, por exemplo?”, me indagaria alguma voz maligna. Aí, nesse caso, eu infartaria de dar risada. Mas paciência.

Agora, a melhor parte: a parte onde fomos todos dormir, nós três. Daniel, eu e a Fernanda. Mas vou logo avisando aos tarados de plantão que não rolou um Mènage. De cueca, basta a minha. De qualquer forma, fomos dormir na casa de uma amiga da Fê próximo à Paulista. Eu e ela dormimos em um colchão no chão e o Daniel no sofá logo ao lado (tá se acostumando). Eu tirei a calça (jeans, pesada e desconfortável para dormir, por isso tirei, bando de pervertidos!). Após me divertir com o horror do Daniel de me ver de coxas nuas, iniciei meu sono com a Fê. Passaram-se cerca de 15 minutos e acordo com um ronco, quase como um gordo sufocando. Era nosso amigo tomate em seu sono. Após breve desabafo com a Fernanda sobre a barulhenta característica do rapaz, hesitei em acorda-lo, então tentei voltar a dormir. Consegui, após 10 minutos.

E a festa se resumiu a isso. Sem sexo, sem bebedeira, sem vômitos (da minha parte e da Fê)....brochante para alguns, mas as risadas compensaram. E espero que essa descrição tenha saciado a fúria de vocês por novos ângulos da festa.

6 comentários:

Anônimo disse...

É Rodrigo. Eu falo q qdo vc nao estah perto dos meninos vc consegue ser um genio. Essa sua narrativa estah genial!! Dei mta risada lendo hahaha.
Fiquei imaginando as cenas q vc descreveu. Mto bom =]
Da proxima vez, todos juntos, nao??

Tomiate disse...

Sem sexo?
E aqueles gemidos da Fernanda foram só cãibra (como se escreve essa porra?)??
Sei, sei.

Rodrigo disse...

Pois é, seu pervertido, eu nem comentei isso porque sabia que você ia falar.

Enfim, vamos às satisfações: ela teve uma cãimbra (deve ser assim) durante o sono (juro!), e começou a gemer de dor, e quando isso ocorreu, é claro que imaginei que a mente virgem e doentia do Daniel ia pensar besteira.

Mas desencanei de explicar para ele a verdade. Deixe a criança feliz, achando que presenciou um ato sexual de perto. Aliás, de costas.

Lucas "Palmeirense" Mello disse...

Patrão..vc escolheu a escada rolante pq é viado, e não por outro motivo...
quanto ao resto do depoimento, mto bom e engraçado.. ahahe specialmente o cri.. cri...
hahahahahaah
PS: O Burro vem na frente!

Lucas "Palmeirense" Mello disse...

Caibrã né?
Caralho..é Caibrã...
não... num é...
Cãibra...é..faz mais sentido...

disse...

foi Cãibra, pessoas.

E eu acho é que a mente virgem do Daniel se empolgou com os gemidos de cãibra. ¬¬